Não inventei a manhã
apenas me deito nela
durmo em sua solaridade pálida
sobre suas caras-de-felizes-na-praia seus sorrisos entre atrações que não me atraem, antes me embalam o sono tranquilo dos vermes que ignoram a luz e o brilho dessa manhã que não inventamos
e que evito: os infelizes estão roubando os poderosos estão roubando para não roubar eu durmo me levanto apenas
no verbo nessa ignorância diurna e só ali no olimpo dos deuses que não cultuo que me importam como
nozes
em festas que não comemoro no leito profundo é só o que em meus sonhos vejo ali eu não sinto fome
e passo o dia sem qualquer desejo.
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